Discurso do governador em inauguração de obra na Anhangüera constrange o prefeito de Campinas
Raquel Lima - Campinas
O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), que esteve ontem em Campinas para inaugurar as pistas marginais entre os quilômetros 92 e 98 da Rodovia Anhangüera, fez uma série de críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente em relação à gestão dos aeroportos, como o Internacional de Viracopos, e deixou constrangido o anfitrião, o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Pouco antes, o pedetista havia adotado um discurso polido e elogiado o ex-governador José Serra, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB.
Em um discurso populista, Goldman declarou que solicitou ao governo federal que delegasse ao Estado os aeroportos sob responsabilidade da União. O pedido teria sido feito há um ano e meio ao Ministério da Defesa. “Estou cansado de falar com ele (Lula) sobre os gargalos nos aeroportos do Estado de São Paulo, mas não há perspectivas de se revolver essa questão”, disse o tucano. “Tenho brigado com eles, mas nada acontece. Vejam como estão as rodovias estaduais de São Paulo, estão entre as melhores do País. Já os aeroportos são responsabilidade do governo federal. Pedi para que nos delegasse esses aeroportos. Vamos fazer melhorias com recursos próprios ou por meio de concessão. Mas, o governo federal não faz nada e não sai de cima”, discursou o governador de São Paulo. Ele afirmou que vai refazer o pedido ao governo federal nos próximos dias.
Antes, o prefeito de Campinas havia afirmado que é constantemente questionado por ser colega de Lula e elogiar Serra. “É preciso afirmar que esse governo (do PSDB em São Paulo) fez bem ao nosso povo, trouxe parcerias importantes para nós”, disse. “Falo isso, mas continuo amigo do Lula, hein?”, brincou Hélio.
Logo que iniciou seu discurso, Goldman declarou: “aqui não tem amigo do Lula, não tem amigo do Serra. Nosso amigo tem que ser o povo.” O governador afirmou à imprensa que Viracopos deve ser visto como uma alternativa no transporte de cargas e com função complementar ao transporte de passageiros.
O governador de São Paulo defendeu que infraestrutura “é algo que tem de ser feito pelo Estado”, enquanto o governo federal deve cuidar de outras questões essenciais, como o funcionamento da economia.
Fonte: TodoDia
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