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domingo, 11 de julho de 2010

CAMPINAS: LONGE DE SER MODELO

Município tem que melhorar para ser vista como exemplo de acessibilidade

Campinas está longe de ser acessível. A informação é comprovada no dia a dia de quem tem algum tipo de deficiência. A reportagem da Agência Anhanguera de Notícias (AAN) acompanhou o estudante de administração Everton Monteiro do Carmo, de 24 anos, durante um passeio por algumas avenidas do bairro Castelo.

Everton, que tem paralisia cerebral desde o nascimento, geralmente não usa cadeira de rodas, já que se locomove bem com o apoio de muletas. Porém, há quatro meses, precisou passar por uma cirurgia e se viu na condição de cadeirante.

“Só quem vive a experiência sabe dos obstáculos diários. Muitas vezes, os cadeirantes desistem de sair de casa pensando nas dificuldades. Isso é justo? Todos pagamos impostos igualmente”, afirma. Para ele, até merecer o rótulo de “cidade acessível” Campinas precisará percorrer um longo caminho.

Hoje, a realidade acusa a falta de rampas de acesso nas ruas, a ausência de semáforos com alerta sonoros e mesmo uma insuficiente da frota de veículos adaptados. E mesmo nas boas iniciativas, há obstáculos para serem superados.

Para conseguir o benefício do Programa de Acessibilidade Inclusiva (Pai), por exemplo, é preciso acordar as 6h da manhã.

“Caso contrário, não consigo o agendamento, uma vez que a procura é maior do que a oferta”, diz. “Também é complicado esperar o ônibus adaptado. Da faculdade até a minha casa são apenas cinco quilômetros, mas espero e demoro duas horas no trajeto. As vezes, a vaga para cadeirante está ocupada e tenho que esperar ainda mais”, diz ele.

Diante da Torre do Castelo, conhecido ponto turístico da cidade reformada e reinaugura no último dia 15 de maio, ele lamenta. “Mas eu aqui só posso olhar”, diz.

Cadeirante, o consultor de informática Paulo Eduardo Santos, de 33 anos, afirma que “antes de ser uma questão política, essa é uma questão de conscientização da necessidade do outro. Todos precisamos participar dessa luta”, acrescenta.

Fonte: Agência Anhangüera

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