sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
NOVOS RUMOS PARA CAMPINAS?
A respeitada jornalista Rose Guglielminetti publicou em sua página na internet, o Blog da Rose, o anúncio dos nomes dos novos secretários que irão compor a Administração do prefeito interino de Campinas, Pedro Serafim (PDT). O destaque especial e surpreendente fica para a análise e comentários da jornalista a respeito dos nomes e seus padrinhos políticos: "O mais curioso é que Clélio Leme é homem indicado por Cândido Vacareza do PT. E é esse deputado que tem trabalhado como um interlocutor de Serafim em Brasília. (...) A proximidade entre Vacareza e Serafim deve causar constrangimento dentro do PT, partido que tem dito a quatro ventos que a cassação do mandato de Demétrio Vilagra (PT) foi um golpe. (...) Já Verusca é ligada ao pagadeiro e vereador Netinho de Paula, do PCdoB". Com esses nomes e seus respectivos padrinhos para compor a equipe de governo, o prefeito interino de Campinas começou mal, muito mal...
sábado, 24 de dezembro de 2011
MENSAGEM DE NATAL
"Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz." É chegado o momento em que Deus oferece ao Mundo o seu maior presente: seu filho, Jesus, que veio para salvar toda a humanidade. Que o verdadeiro espírito do Natal esteja sempre vivo e cada vez mais presente em cada um dos nossos corações!
Desejo a todos um maravilhoso e abençoado FELIZ NATAL!
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
A TODOS UM FELIZ NATAL!
Feliz Natal para todos os meus amigos e amigas que estiveram presentes e ausentes para aqueles que estão à distância, compartilharam e viveram todos os momentos, bons e ruins, de conquistas, vitórias e derrotas, de alegrias e tristezas, me ajudando e incentivando nessa luta constante e permanente, chamada VIDA! Muito obrigado por tudo!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
A FAVOR DE CAMPINAS
Demétrio Vilagra (PT) foi cassado com 29 votos favoráveis ao impeachment. A Câmara Municipal de Campinas não fez nada mais, absolutamente nada mais, que cumprir com a sua obrigação. Aliás, há muito tempo os atuais vereadores vinham apenas se omitindo e fazendo vista grossa frente a todas as evidentes suspeitas escandalosas que reinavam tranqüilamente na cidade. É muito triste, ver nesse instante, muitas pessoas e principalmente alguns tucanos comemorando como se tivessem ganhado na loteria. Campinas deveria estar de luto e o mesmo trabalho de limpeza e depuração deve ser feito no Governo do Estado de São Paulo, onde há muito avanço e trabalho sério, mas também graves suspeitas e indícios de irregularidades, como no caso do Metrô. Todo nosso reconhecimento ao Ministério Público e a imprensa.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
FHC DESEJA FELIZ NATAL E FELIZ 2012
A mensagem de Natal e ano novo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
A CÂMARA E O CONTINUÍSMO DAS REELEIÇÕES
Terça-feira, 20 de dezembro de 2011. A Câmara Municipal de Campinas novamente entra na pauta do dia e todos os holofotes voltam seu foco para o Poder Legislativo. Começa hoje a sessão histórica que definirá os rumos da cidade de Campinas com o início da leitura do relatório da Comissão Processante que poderá cassar o mandato do Prefeito Demétrio Vilagra (PT). E qualquer outra decisão contra a cassação será o fim de qualquer resquício de moralidade que ainda possa pairar sobre os representantes do povo.
Vamos acompanhar... Mas o que quero destacar hoje mesmo é a excelente matéria da jornalista Milene Moreto publicada no último domingo (18) no jornal Correio Popular sobre o cenário viciado no Poder Legislativo. Brilhante e precisa a entrevista com o cientista político da Puc-Campinas, Pedro Rocha Lemos. Não sou contra a reeleição. Entretanto, sou ferrenho defensor de uma reforma política em que os mandatos no Poder Legislativo, seja ele, municipal, estadual ou federal seja limitado, por exemplo, a uma reeleição consecutiva como manda a Constituição para o Poder Executivo. Sem dúvida, as sucessivas reeleições são as responsáveis diretas pela criação da "profissão político" e a conseqüente falta de renovação. O continuísmo é prejudicial para uma maior e melhor representação popular. Um parlamentar que há 12, 16, 20 anos ou mais exerce mandatos consecutivos, perde o contato com o mundo real, desde freqüentar uma fila de banco, uma padaria para saber quanto custa o preço do pãozinho até circular pelas vias e conhecer as dificuldades dos congestionamentos. São exemplos concretos e muito simples, que servem de reflexão. Como um político pode representar bem e trabalhar para melhorar a vida das pessoas quando ele próprio desconhece a realidade? Acredito que a oxigenação e o "retorno" para o mundo real após dois mandatos consecutivos, sem dúvida poderá trazer contribuições relevantes para uma melhor representação. Tanto para o povo, quanto para os Poderes Legislativos. Recomendo a leitura da entrevista completa e termino com uma frase relevante do professor: "A falta de oxigenação tem relação direta com uma espécie de corresponsabilidade de eleitores que mantêm esses vereadores. A população elege e depois se distancia do político. Na hora do voto, preferem escolher nomes conhecidos, como se fossem marcas registradas da política". O ano de 2012 está aí e com ele uma nova oportunidade de mudar essa triste realidade se aproxima com as eleições municipais. Pense nisso, ouse e renove!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
TRANSPORTE PÚBLICO
O Repórter Record deste domingo (18) mostrou o caos do transporte público brasileiro. De uma forma muito particular e especial a vergonhosa situação caótica e de flagrante desrespeito em São Paulo nos trens da CPTM e no Metrô. Superlotação, descontrole, alto preço são apenas alguns itens, para não destacar a rotineira interrupção imotivada do serviço sem prestar qualquer satisfação aos usuários - trabalhadores que são verdadeiras vítimas do descaso público. Coincidentemente, ainda ontem, testemunhei uma situação dessas. Em pleno domingo, o trem da CPTM que fazia o trecho entre Francisco Morato e Jundiaí simplesmente comunicou aos usuários que não seguiria viagem. Que gestão desastrosa é essa? Onde estão os responsáveis, Dr. Geraldo Alckmin? Chega a ser temerário o anúncio da pretensão de estender a operação dos trens da CPTM até a região de Campinas. Para quem não dá conta do recado de cumprir com suas obrigações na malha existente, ampliar as operações com essa atual gestão e prestação de serviço nada mais representa do que a vontade de provocar transtornos. Como diz o ditado, aparentemente, querem "criar dificuldades para vender facilidades". No caso dos ônibus, qualquer semelhança não será mera coincidência. Para quem quiser conferir a reportagem completa, segue o link: http://noticias.r7.com/reporter-record/2011/12/14/reporter-record-mostra-o-caos-do-transporte-publico-brasileiro/ Vamos divulgar!
domingo, 18 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
NOTA OFICIAL: INFÂMIA
O texto integral na nota divulgada por Fernando Henrique Cardoso:
Infâmia
A infâmia, infelizmente, tem sido parte da política partidária. Eu mesmo, junto com eminentes homens públicos do PSDB, fomos vítimas em mais de uma ocasião, a mais notória das quais foi o “Dossiê Cayman”, uma papelada forjada por falsários em Miami para dizer que possuíamos uma conta de centenas de milhões de dólares na referida ilha. Foi preciso que o FBI pusesse na cadeia os malandros que produziram a papelada para que as vozes interessadas em nos desmoralizar se calassem. Ainda nesta semana a imprensa mostrou quem fez a papelada e quem comprou o falso dossiê Cayman para usá-lo em campanhas eleitorais contra os tucanos. Esse foi o primeiro. Quem não se lembra, também, do “Dossiê dos Aloprados” e do “Dossiê de Furnas”, desmascarado nestes dias?
Na mesma tecla da infâmia, um jornalista indiciado pela Polícia Federal por haver armado outro dossiê contra o candidato do PSDB na campanha de 2010, fabrica agora “acusações”, especialmente, mas não só, contra José Serra. Na audácia de quem já tem experiência em fabricar “documentos” não se peja em atacar familiares, como o genro e a filha do alvo principal, que, sem ter culpa nenhuma no cartório, acabam por sofrer as conseqüências da calúnia organizada, inclusive na sua vida profissional.
Por estas razões, quero deixar registrado meu protesto e minha solidariedade às vítimas da infâmia e pedir à direção do PSDB, seus líderes, militantes e simpatizantes que reajam com indignação. Chega de assassinatos morais de inocentes. Se dúvidas houver, e nós não temos, que se apele à Justiça, nunca à infâmia.
São Paulo, 15 de dezembro de 2011
Fernando Henrique Cardoso
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
PARABÉNS SOBERANO!
São Paulo Futebol Clube completa 76 anos de seu renascimento.
O uniforme nº 2 do Tricolor surgiu em 1932. A primeira taça de campeão do time é de 1931 e se encontra atualmente no Memorial do Morumbi. O uniforme nº 1 e o emblema são-paulino nasceram em 25 de janeiro de 1930. O próprio nome do clube, em verdade, surgiu até antes: Jornais anteriores a essa data, ao divulgarem nota sobre a pretendida reunião de fundação, já anunciavam o título da futura agremiação: São Paulo Futebol Clube.
Deste modo, não é de se estranhar que para se comemorar os 76 anos da nova vida do Tricolor e o dia de 16 de dezembro de 1935 sejam necessárias algumas digressões. Nascido em berço de ouro proveniente de ex-sócios, jogadores e dirigentes do CA Paulistano e da AA das Palmeiras, o São Paulo se iniciou nos gramados em 1930, com um grande elenco apelidado Esquadrão de Aço.
Entretanto, por desavenças políticas - internas e externas (veja o capítulo "Breve Fim", em http://www.saopaulofc.net/spfcpedia/a-historia-do-spfc/floresta/) - aquela primeira fase de vida do Tricolor chegou ao fim. Porém, não o São Paulo em si. O sonho de manter o ideal de são-paulinidade não se extinguiu. Que é um clube se não um ideal compartilhado por um mesmo conjunto de homens?
Justamente estes homens, Manoel do Carmo Meca, Cid Mattos Viana, Francisco Pereira Carneiro, Éolo Campos, Manoel Arruda Nascimento, Izidoro Narvaes, Francisco Ribeiro Carril, José Porphyrio da Paz, Eduardo Oliveira Pirajá, Frederico Antônio Germano Menzen, Francisco Bastos, Sebastião Portugal Gouvêa (tio de Marcelo Portugal Gouvêa), Dorival Gomes dos Santos, Deocleciano Dantas de Freitas e Carlos A. Azevedo Salles Júnior, se reuniram a 16 de dezembro de 1935 na Rua Onze de Agosto, 9-A, no escritório do Dr. Silva Freire, às 20h00 para a fundação do atual São Paulo Futebol Clube.
A continuidade atribuída pelos fundadores da segunda fase está demonstrada no registro da própria ata de fundação, quando o presidente Manoel do Carmo Meca prometeu que "os membros da diretoria não mediriam sacrifícios para que o Pavilhão Tricolor voltasse a tremular glorioso nos campos esportivos do Brasil, elevando cada vez mais o nome do São Paulo Futebol Clube, cognominado o Esquadrão de Aço".
O novo São Paulo cresceu e se agigantou partindo do zero, em termos patrimoniais. Daquele clube que nasceu forte e vigoroso somente os ideais e fé restaram. A fé que o batizou e que tornou possível sair de uma sala de porão apertada e alugada a qual se chamou de sede, a primeira sede do Tricolor, em 1936, ao gigante do Morumbi, estádio que já fora o maior recinto particular para jogos de futebol do mundo e ainda hoje é o maior do Brasil.
Parabéns São Paulo Futebol Clube. "Dentre os grandes, és o primeiro"... E também és o mais jovem!
(Fonte: http://www.saopaulofc.net/noticias/noticias/sao-paulo-fc/2011/12/16/76-anos-de-fe-e-conquistas/)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
AGORA VAI?
O governo federal anunciou que o leilão para a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília será em 5 de fevereiro de 2012 na Bolsa de Valores de São Paulo. O edital lançado hoje será publicado na edição extra desta noite do Diário Oficial da União. De acordo com o edital, as recomendações do TCU (Tribunal de Contas da União) de ampliação dos valores mínimos foram recebidos pelo governo, mas não chegaram à soma apontada pelo tribunal. Os valores mínimos para concessão estipulados pelo governo foram R$ 3,4 bilhões para Guarulhos, R$ 1,5 bilhão para Campinas e R$ 582 milhões para Brasília. Esses são os valores mínimos de critérios para os lances dos interessados. Os vencedores pagarão anualmente um percentual mínimo para o fundo nacional de aviação civil. Em Brasília, o percentual a ser pago é de 2%, em Viracopos é de 5% e, em Guarulhos, 10%. Os prazos de concessão vão variar conforme o aeroporto. Para Campinas, serão 30 anos, Brasília, 25 anos e Guarulhos, 20 anos (Fonte: UOL - http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/12/15/leilao-de-concessao-dos-aeroportos-de-guarulhos-viracopos-e-brasilia-sera-em-5-de-fevereiro.jhtm).
Até que enfim, um avanço importante, significativo e fundamental para a solução dos problemas de infra-estrutura que já devia ter sido realizado há muito tempo no Brasil.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
MENSALÃO
Está no UOL. De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), o mensalão terá prescrição de penas antes do fim do julgamento. É inacreditável, a Justiça conhecer os crimes, os responsáveis, estar ciente da iminência da prescrição dos crimes e não fazer absolutamente nada para acelerar o processo e julgá-lo. Isso sim é uma vergonha, um absurdo! E agora nesta situação, onde estão os falsos moralistas oportunistas (inclusive a imprensa) para cobrar agilidade do Poder Judiciário e bradar contra a impunidade? (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/poderepolitica/ricardo_lewandowski.shtml)
E A POLÊMICA CONTINUA...
A campanha intensiva e oportunista que alguns órgãos de imprensa querem construir a respeito do aumento do salário dos vereadores, não passa de uma artificial tempestade em copo d'água.
Quem dera essa mesma imprensa mostrar a mesma ferocidade e empenho na divulgação de casos concretos de corrupção e desvios de dinheiro público. No caso Sanasa, essa mesma imprensa sempre encobriu e protegeu os envolvidos, assim como fez nas denúncias envolvendo a Assembleia de SP, a EMDEC, o transporte fretado e a UNICAMP e tantas outras.
Por quê será, hein?
E agora, tentam atacar os vereadores que, insisto, apesar de imoral pelo desempenho e omissão que são marcas da atual legislatura, somente cumpriram uma regra Constitucional. Não divulguem somente as fotos, e-mails, telefone e os votos dos vereadores. Divulguem os nomes, e-mails e telefones dos deputados responsáveis por criar a regra Constitucional, que foi aplicada, dentro da lei, pelos vereadores de Campinas.
Nessa linha de atuação e manipulação, não é só a atitude dos vereadores que deve deixar o campineiro com nojo...
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
IMORAL AUMENTO LEGAL
E para marcar o retorno, nada melhor que a discussão em torno da polêmica sobre o projeto de lei que aumentou o salário dos vereadores de Campinas em 126%.
O projeto que aumentou o salário dos vereadores só é válido a partir da próxima legislatura e segue a Constiuição Federal, que estipula que, em cidades com mais de 500 mil habitantes, o vereador possa receber o equivalente a até 75% do salário pago a um deputado estadual.
Sinceramente, protestar contra a regra Constitucional é chover no molhado.
A população deve sim protestar, estar mais preocupada e vigilante para exigir dos parlamentares uma produção legislativa relevante que seja proporcional aos vencimentos aprovados, no sentido de atender às reais demandas e melhorar a vida das pessoas que vivem na nossa cidade de Campinas.
Para oferecer honrarias, sugerir nomes de logradouros públicos e deixar de fiscalizar o Poder Executivo (uma das principais obrigações constitucionais do Poder Legislativo), como fez a ampla maioria dos atuais vereadores desta legislatura, qualquer salário é uma afronta ao cidadão campineiro.
A PRIVATARIA TUCANA
Está hoje no Correio Popular, publicada no Correio do Leitor, minha opinião a respeito do livro que promete fazer revelações "bombásticas" sobre as privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Compartilho aqui, na íntegra:
"A Privataria Tucana". A sinopse do livro lançado por um jornalista diz que a obra "faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações" capitaneada pelo PSDB e promete bombas. O fato é um só: o PSDB ficou 8 anos no governo federal com FHC; o PT de Lula, com Dilma deve completar 12 anos. Se estava tudo errado ou existissem suspeitas de irregularidades por quê não "consertaram" ou até mesmo reestatizaram o que foi privatizado?
Ainda não li, mas a "obra", aparentemente, não passa de conversa fiada...
O RETORNO
Depois de um longo período de dedicação integral aos estudos, retorno ao blog para compartilhar minhas idéias e opiniões, provocar o debate e estimular discussões.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
CICLOFAIXA (P)
“Primeiro os que mais precisam”.
É esse o slogan da administração do prefeito Dr. Hélio. Propaganda com ministro pré-candidato na inauguração oficial à parte, os usuários da ciclofaixa recém-instalada no Ouro Verde correram sérios riscos no último final de semana.
Sem qualquer agente da EMDEC para orientação no local, nem tampouco sinalização, tal fato gera curiosidade: onde estão os cones doados por uma determinada empresa para delimitação da área restrita à circulação dos veículos? Qual justificativa de marketing pode explicar tal segregação? Para área nobre e central tudo e para o restante da cidade nada?
Com a palavra o prefeito e seus “patrocinadores” de ocasião.
(Publicado no Correio Popular de 13/05/2011)
É esse o slogan da administração do prefeito Dr. Hélio. Propaganda com ministro pré-candidato na inauguração oficial à parte, os usuários da ciclofaixa recém-instalada no Ouro Verde correram sérios riscos no último final de semana.
Sem qualquer agente da EMDEC para orientação no local, nem tampouco sinalização, tal fato gera curiosidade: onde estão os cones doados por uma determinada empresa para delimitação da área restrita à circulação dos veículos? Qual justificativa de marketing pode explicar tal segregação? Para área nobre e central tudo e para o restante da cidade nada?
Com a palavra o prefeito e seus “patrocinadores” de ocasião.
(Publicado no Correio Popular de 13/05/2011)
quarta-feira, 18 de maio de 2011
INVESTIGAÇÃO (P)
A tática do prefeito e da primeira-dama de “trancar” a investigação promovida pelo MP e “garantir a proteção contra qualquer medida que possa prejudicá-los” através de um habeas corpus é muito suspeita e gera ainda mais desconfiança dos atos lícitos na Administração municipal.
Em nível nacional o Congresso transfere ao STF a função de legislar, como vimos recentemente.
Se no município a Câmara se omite e deixa de cumprir sua função de fiscalizar o poder Executivo, nada mais legítimo e legal que uma instituição séria e respeitada como o Ministério Público exerça esse papel, responsável que é, perante o Poder Judiciário, pela defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade e pela fiel observância da Constituição.
Quem não deve não teme.
(Publicado no Correio Popular de 12/05/2011 e no TodoDia de 17/05/2011)
Em nível nacional o Congresso transfere ao STF a função de legislar, como vimos recentemente.
Se no município a Câmara se omite e deixa de cumprir sua função de fiscalizar o poder Executivo, nada mais legítimo e legal que uma instituição séria e respeitada como o Ministério Público exerça esse papel, responsável que é, perante o Poder Judiciário, pela defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade e pela fiel observância da Constituição.
Quem não deve não teme.
(Publicado no Correio Popular de 12/05/2011 e no TodoDia de 17/05/2011)
quarta-feira, 11 de maio de 2011
MIAMI (P)
Perguntar não ofende: qual o privilégio que uma determinada empresa de propriedade privada, como é a Miami Store, pode ter para fazer a indicação nominal de sua loja nas placas de sinalização das vias públicas?
Que interesse público vislumbra a EMDEC para instalar tais placas, como várias estão espalhadas no entorno do Taquaral? Se assim o fosse, deveríamos ter outras indicações do tipo padaria tal, farmácia tal, pet shop tal...
Curioso, mas talvez a filantrópica doação de cones para a EMDEC também possa justificar um tratamento tão particular frente aos outros milhares de comércios na cidade. E as viagens de Hélio até Miami?
Pura e simples coincidência ou o chefe do Poder Executivo será candidato a prefeito por lá?
(Publicado no Correio Popular de 07/05/2011)
Que interesse público vislumbra a EMDEC para instalar tais placas, como várias estão espalhadas no entorno do Taquaral? Se assim o fosse, deveríamos ter outras indicações do tipo padaria tal, farmácia tal, pet shop tal...
Curioso, mas talvez a filantrópica doação de cones para a EMDEC também possa justificar um tratamento tão particular frente aos outros milhares de comércios na cidade. E as viagens de Hélio até Miami?
Pura e simples coincidência ou o chefe do Poder Executivo será candidato a prefeito por lá?
(Publicado no Correio Popular de 07/05/2011)
terça-feira, 10 de maio de 2011
PREVARICAÇÃO (P)
Prevaricação.
É esse o termo que mais bem resume o comportamento da grande maioria dos irresponsáveis vereadores que afrontam à sociedade campineira, fugindo da responsabilidade constitucional para a qual foram eleitos.
Bando de covardes, que se utilizam dos meios mais baixos e esdrúxulos para impedir que as graves denúncias que atingem o coração do Poder Executivo sejam investigadas. Sugiro à imprensa, à oposição e à sociedade que espalhemos outdoors pela cidade com a foto e o nome daqueles que preferem esconder a sujeira e lesar a cidade.
Parabéns aos vereadores Artur Orsi, Rafa Zimbaldi e Petterson Prado, entre poucos outros, pelas incansáveis lutas na defesa da cidade de Campinas. Determinação, empenho, coragem e juventude não lhes faltam para pavimentar o futuro que Campinas merece.
É urgente a necessidade de identificar, responsabilizar e expulsar as pragas que há tempos infestam a nossa cidade, travestidos de gafanhotos pantaneiros.
(Publicado no Correio Popular de 02/05/2011 e no TodoDia de 08/05/2011)
É esse o termo que mais bem resume o comportamento da grande maioria dos irresponsáveis vereadores que afrontam à sociedade campineira, fugindo da responsabilidade constitucional para a qual foram eleitos.
Bando de covardes, que se utilizam dos meios mais baixos e esdrúxulos para impedir que as graves denúncias que atingem o coração do Poder Executivo sejam investigadas. Sugiro à imprensa, à oposição e à sociedade que espalhemos outdoors pela cidade com a foto e o nome daqueles que preferem esconder a sujeira e lesar a cidade.
Parabéns aos vereadores Artur Orsi, Rafa Zimbaldi e Petterson Prado, entre poucos outros, pelas incansáveis lutas na defesa da cidade de Campinas. Determinação, empenho, coragem e juventude não lhes faltam para pavimentar o futuro que Campinas merece.
É urgente a necessidade de identificar, responsabilizar e expulsar as pragas que há tempos infestam a nossa cidade, travestidos de gafanhotos pantaneiros.
(Publicado no Correio Popular de 02/05/2011 e no TodoDia de 08/05/2011)
segunda-feira, 9 de maio de 2011
COMPORTAMENTO (P)
Quando pensamos que mais nada poderá vir a nos surpreender, basta observarmos o comportamento de alguns vereadores para voltarmos à realidade.
Na sessão do dia 25/04, a vereadora Leonice da Paz fez um pronunciamento “em defesa dos indiozinhos que são enterrados vivos” e logo em seguida foi paparicada pelo “nobre vereador” Canário, que em aparte, disse ser também um defensor da causa. Pergunto: quantos índios vivem em Campinas? Será que os “nobres” vereadores conhecem com propriedade o exercício da função para a qual foram eleitos?
O emocionado discurso teatral me fez crer por um instante que são meras ficções as graves denúncias que assolam os caciques do Poder Executivo e aumentam a cada dia. É função do Poder Legislativo fiscalizar o Executivo.
Pelo menos na teoria, devem ser independentes...
Enquanto choram pelos “indiozinhos”, os mesmos “nobres” votam a favor da manutenção do veto do prefeito ao projeto de lei que aumenta a transparência dos atos da Administração Pública.
Vergonhoso.
(Publicado no Correio Popular de 28/04/2011 e no TodoDia de 22/05/2011)
Na sessão do dia 25/04, a vereadora Leonice da Paz fez um pronunciamento “em defesa dos indiozinhos que são enterrados vivos” e logo em seguida foi paparicada pelo “nobre vereador” Canário, que em aparte, disse ser também um defensor da causa. Pergunto: quantos índios vivem em Campinas? Será que os “nobres” vereadores conhecem com propriedade o exercício da função para a qual foram eleitos?
O emocionado discurso teatral me fez crer por um instante que são meras ficções as graves denúncias que assolam os caciques do Poder Executivo e aumentam a cada dia. É função do Poder Legislativo fiscalizar o Executivo.
Pelo menos na teoria, devem ser independentes...
Enquanto choram pelos “indiozinhos”, os mesmos “nobres” votam a favor da manutenção do veto do prefeito ao projeto de lei que aumenta a transparência dos atos da Administração Pública.
Vergonhoso.
(Publicado no Correio Popular de 28/04/2011 e no TodoDia de 22/05/2011)
segunda-feira, 18 de abril de 2011
ARTIGO FHC: O PAPEL DA OPOSIÇÃO
O Papel da Oposição
Por: FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal Opinião, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia. Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial. No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação.
Não obstante, não desanimávamos. Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário. Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois?
Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?
Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias. Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo. Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior. É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.
É preciso refazer caminhos
Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação. É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”. Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover.
Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “cam¬peões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos. Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional-desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto.
Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal. Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras. Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB. O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram. A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo. As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo!
Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo. As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso. Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder. Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade. Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.
Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico-administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico. Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial.
Como, por outra parte, existe – ou existiu até há pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade. Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares). Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoa¬vam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude.
Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?
Definir o público a ser alcançado
Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade. É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral. As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental. Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.
Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe C” ou de nova classe média. Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno. Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.
Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas. Além da persistência e ampliação destas práticas, é preciso buscar novas formas de atuação para que a oposição esteja presente, ou pelo menos para que entenda e repercuta o que ocorre na sociedade. Há inúmeras organizações de bairro, um sem-número de grupos musicais e culturais nas periferias das grandes cidades, etc., organizações voluntárias de solidariedade e de protesto, redes de consumidores, ativistas do meio ambiente, e por aí vai, que atuam por conta própria. Dado o anacronismo das instituições político-partidárias, seria talvez pedir muito aos partidos que mergulhem na vida cotidiana e tenham ligações orgânicas com grupos que expressam as dificuldades e anseios do homem comum. Mas que pelo menos ouçam suas vozes e atuem em consonância com elas.
Não deve existir uma separação radical entre o mundo da política e a vida cotidiana, nem muito menos entre valores e interesses práticos. No mundo interconectado de hoje, vê-se, por exemplo, o que ocorre com as revoluções no meio islâmico, movimentos protestatários irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional. Talvez as discussões sobre os meandros do poder não interessem ao povo no dia-a-dia tanto quanto os efeitos devastadores das enchentes ou o sufoco de um trânsito que não anda nas grandes cidades. Mas, de repente, se dá um “curto-circuito” e o que parecia não ser “política” se politiza. Não foi o que ocorreu nas eleições de 1974 ou na campanha das “diretas já”? Nestes momentos, o pragmatismo de quem luta para sobreviver no dia-a-dia lidando com questões “concretas” se empolga com crenças e valores. O discurso, noutros termos, não pode ser apenas o institucional, tem de ser o do cotidiano, mas não desligado de valores. Obviamente em nosso caso, o de uma democracia, não estou pensando em movimentos contra a ordem política global, mas em aspirações que a própria sociedade gera e que os partidos precisam estar preparados para que, se não os tiverem suscitado por sua desconexão, possam senti-los e encaminhá-los na direção política desejada.
Seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população. Na última campanha eleitoral, o momento de maior crescimento da candidatura Serra e de aproximação aos resultados obtidos pela candidata governista foi quando veio à tona o “episódio Erenice”. Mas é preciso ter coragem de dar o nome aos bois e vincular a “falha moral” a seus resultados práticos, negativos para a população. Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários. Não se trata de dar-nos por satisfeitos, à moda de demonstrar um teorema e escrever “cqd”, como queríamos demonstrar. Seres humanos não atuam por motivos meramente racionais. Sem a teatralização que leve à emoção, a crítica – moralista ou outra qualquer – cai no vazio. Sem Roberto Jefferson não teria havido mensalão como fato político.
Qual é a mensagem?
Por certo, os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer. Não basta criar um público, uma audiência e um estilo, o conteúdo da mensagem é fundamental. Qual é a mensagem? O maior equívoco das oposições, especialmente do PSDB, foi o de haver posto à margem as mensagens de modernização, de aggiornamento do País, e de clara defesa de uma sociedade democrática comprometida com causas universais, como os direitos humanos e a luta contra a opressão, mesmo quando esta vem mascarada de progressismo, apoiada em políticas de distribuição de rendas e de identificação das massas com o Chefe. Nas modernas sociedades democráticas, por outro lado, o Estado tanto mantém funções na regulação da economia como em sua indução, podendo chegar a exercer papel como investidor direto. Mas o que caracteriza o Estado em uma sociedade de massas madura é sua ação democratizadora. Os governos devem tornar claros, transparentes, e o quanto possível imunes à corrupção, os mecanismos econômicos que cria para apoiar o desenvolvimento da economia. Um Estado moderno será julgado por sua eficiência para ampliar o acesso à educação, à saúde e à previdência social, bem como pela qualidade da segurança que oferece às pessoas. Cabe às oposições serem a vanguarda nas lutas por estes objetivos.
Defender o papel crescente do Estado nas sociedades democráticas, inclusive em áreas produtivas, não é contraditório com a defesa da economia de mercado. Pelo contrário, é preciso que a oposição diga alto e bom som que os mecanismos de mercado, a competição, as regras jurídicas e a transparência das decisões são fundamentais para o Brasil se modernizar, crescer economicamente e se desenvolver como sociedade democrática. Uma sociedade democrática amadurecida estará sempre comprometida com a defesa dos direitos humanos, com a ecologia e com o combate à miséria e às doenças, no país e em toda a parte. E compreende que a ação isolada do Estado, sem a participação da sociedade, inclusive dos setores produtivos privados, é insuficiente para gerar o bem-estar da população e oferecer bases sólidas para um desenvolvimento econômico sustentado.
Ao invés de se aferrarem a esses valores e políticas que lhes eram próprios como ideologia e como prática, as oposições abriram espaço para que o lulopetismo ocupasse a cena da modernização econômica e social. Só que eles têm os pés de barro: a cada instante proclamam que as privatizações “do PSDB” foram contra a economia do País, embora comecem a fazer descaradamente concessões de serviços públicos nas estradas e nos aeroportos, como se não estivessem fazendo na prática o mea-culpa. Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do País: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante? Quão caro já estamos pagando pela ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas “antiprivatizantes” ou a partidos clientelistas, como se tornou o PCdoB, que além de vender benesses no ministério dos Esportes, embota a capacidade controladora da ANP, que deveria evitar que o monopólio voltasse por vias transversas e prejudicasse o futuro do País.
Oposição precisa vender o peixe
Dirão novamente os céticos que nada disso interessa diretamente ao povo. Ora, depende de como a oposição venda o peixe. Se tomarmos como alvo, por exemplo, o atraso nas obras necessárias para a realização da Copa e especializarmos três ou quatro parlamentares ou técnicos para martelar no dia-a-dia, nos discursos e na internet, o quanto não se avança nestas áreas por causa do burocratismo, do clientelismo, da corrupção ou simplesmente da viseira ideológica que impede a competição construtiva entre os setores privados e destes com os monopólios, e se mostrarmos à população como ela está sendo diretamente prejudicada pelo estilo petista de política, criticamos este estilo de governar, suscitamos o interesse popular e ao mesmo tempo oferecemos alternativas.
Na vida política tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo. Se gritarmos por todos os meios disponíveis que a dívida interna de R$ 1,69 trilhão (mostrando com exemplos ao que isto corresponde) é assustadora, que estamos pagando R$ 50 bilhões por ano para manter reservas elevadas em dólares, que pagamos a dívida (pequena) ao FMI sobre a qual incidiam juros moderados, trocando-a por dívidas em reais com juros enormes, se mostrarmos o quanto custa a cada contribuinte cada vez que o Tesouro transfere ao BNDES dinheiro que o governo não tem e por isso toma emprestado ao mercado pagando juros de 12% ao ano, para serem emprestados pelo BNDES a juros de 6% aos grandes empresários nacionais e estrangeiros, temos discurso para certas camadas da população. Este discurso deve desvendar, ao mesmo tempo, o porquê do governo assim proceder: está criando um bloco de poder capitalista-burocrático que sufoca as empresas médias e pequenas e concentra renda.
Este tipo de política mostra descaso pelos interesses dos assalariados, dos pequenos produtores e profissionais liberais de tipo antigo e novo, setores que, em conjunto, custeiam as benesses concedidas ao grande capital com impostos que lhe são extraídos pelo governo. O lulopetismo não está fortalecendo o capitalismo em uma sociedade democrática, mas sim o capitalismo monopolista e burocrático que fortalece privilégios e corporativismos.
Com argumentos muito mais fracos o petismo acusou o governo do PSDB quando, em fase de indispensável ajuste econômico, aumentou a dívida interna (ou, melhor, reconheceu os “esqueletos” compostos por dívidas passadas) e usou recursos da privatização – todos contabilizados – para reduzir seu crescimento. A dívida pública consolidada do governo lulista foi muito maior do que a herdada por este do governo passado e, no entanto, a opinião pública não tomou conhecimento do fato. As oposições não foram capazes de politizar a questão. E o que está acontecendo agora quando o governo discute substituir o fator previdenciário, recurso de que o governo do PSDB lançou mão para mitigar os efeitos da derrota sofrida para estabelecer uma idade mínima de aposentadoria? Propondo a troca do fator previdenciário pela definição de… uma idade mínima de aposentadoria.
Petistas camaleões
Se os governistas são camaleões (ou, melhor, os petistas, pois boa parte dos governistas nem isso são: votavam com o governo no passado e continuam a votar hoje, como votarão amanhã), em vez de saudá-los porque se aproximam da racionalidade ou de votarmos contra esta mesma racionalidade, negando nossas crenças de ontem, devemos manter a coerência e denunciar as falsidades ideológicas e o estilo de política de mistificação dos fatos, tantas vezes sustentado pelo petismo.
São inumeráveis os exemplos sobre como manter princípios e atuar como uma oposição coerente. Mesmo na questão dos impostos, quando o PSDB e o DEM junto com o PPS ajudaram a derrubar a CPMF, mostraram que, coerentes, dispensaram aquele imposto porque ele já não era mais necessário, como ficou demonstrado pelo contínuo aumento da receita depois de sua supressão. É preciso continuar a fazer oposição à continuidade do aumento de impostos para custear a máquina público-partidária e o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, nomeados discricionariamente, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais, para conter a fúria de apadrinhamento e de conchavos partidários à custa do povo.
Em suma: não há oposição sem “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”. É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias. O que o PSDB pensa sobre liberdade e pluralidade religiosa? Como manter a independência do Estado laico e, ao mesmo tempo, prestigiar e respeitar as religiões que formam redes de coesão social, essenciais para a vida em sociedade? O que pensa o partido sobre o combate às drogas? É preciso ser claro e sincero: todas as drogas causam danos, embora de alcance diferente. Adianta botar na cadeia os drogados?
Sinceridade comove a população
Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias. Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas? Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio.
Se a regra é ser sincero, por que temer ir fundo e avaliar o que nós próprios fizemos no passado, acreditando estar certos, e que continua sendo feito, mas que requer uma revisão? Tome-se o exemplo da reforma agrária e dos programas de incentivo à economia familiar. Fomos nós do PSDB que recriamos o Ministério da Reforma Agrária e, pela primeira vez, criamos um mecanismo de financiamento da agricultura familiar, o Pronaf. Nenhum governo fez mais em matéria de acesso à terra do que o do PSDB quando a pasta da Reforma era dirigida por um membro do PPS. Não terá chegado a hora de avaliar os resultados? O Pronaf não estará se transformando em mecanismo de perpétua renovação de dívidas, como os grandes agricultores faziam no passado com suas dívidas no Banco do Brasil? Qual é o balanço dos resultados da reforma agrária? E as acusações de “aparelhamento” da burocracia pelo PT e pelo MST são de fato verdadeiras? Sem que a oposição afirme precipitadamente que tudo isso vai mal – o que pode não ser correto – não pode temer buscar a verdade dos fatos, avaliar, julgar e criticar para corrigir.
Existe matéria em abundância para manter os princípios e para ir fundo nas críticas sem temer a acusação injusta de que se está defendendo “a elite”. Mas política não é tese universitária. É preciso estabelecer uma agenda. Geralmente esta é dada pelo governo. Ainda assim, usemo-la para concentrar esforços e dar foco, repetição e persistência à ação oposicionista. Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida). Se é assim, por que não recusar de plano a proposta da “lista fechada”, que reforça a burocracia partidária, não diminui o personalismo (ou alguém duvida que se pedirão votos para a lista “do Lula”?) e separa mais ainda o eleitor dos representantes?
Compromisso com o voto digital
Não é preciso afincar uma posição de intransigência: mantenhamos o compromisso com o voto distrital, façamos a pregação. Se não dispusermos de forças para que nossa tese ganhe, aceitemos apenas os melhoramentos óbvios no sistema atual: cláusula de desempenho (ou de barreira), proibição de coligações nas eleições proporcionais e regras de fidelidade partidária, ainda que para algumas destas medidas seja necessário mudança constitucional. Deixemos para outra oportunidade a discussão sobre financiamento público das campanhas, pois sem a distritalização o custo para o contribuinte será enorme e não se impedirá o financiamento em “caixa preta” nem o abuso do poder econômico. Mas denunciemos o quanto de antidemocrático existe no voto em listas fechadas. Em suma: não será esta uma boa agenda para a oposição firmar identidade, contrapor-se à tendência petista de tudo burocratizar e, ao mesmo tempo, não se encerrar em um puro negativismo aceitando modificações sensatas?
Por fim, retomando o que disse acima sobre o “triunfo do capitalismo”. O governo do PT e o próprio partido embarcaram, sem dizer, na adoração do bezerro de ouro. Mas, marcados pelos cacoetes do passado, não perceberam que o novo na fase contemporânea do capitalismo não é apenas a acumulação e o crescimento da economia. Os grandes temas que se estão desenhando são outros e têm a ver com o interesse coletivo: como expandir a economia sem destroçar o meio ambiente, como assegurar direitos aos destituídos deles, não só pela pobreza, mas pelas injustiças (desigualdades de gênero, de raça, de acesso à cultura)? Persistem preocupações antigas: como preservar a Paz em um mundo no qual há quem disponha da bomba nuclear?
A luta pela desnuclearização tem a ver com o sentido de um capitalismo cuja forma “selvagem” a sociedade democrática não aceita mais. Esta nova postura é óbvia no caso da ecologia, pois o natural egoísmo dos Estados, na formulação clássica, se choca com a tese primeira, a da perpetuação da vida humana. O terror atômico e o aquecimento global põem por terra visões fincadas no terreno do nacional-estatismo arcaico. Há um nacionalismo de novo tipo, democrático, aberto aos desafios do mundo e integrado nele, mas alerta aos interesses nacionais e populares. Convém redefinir, portanto, a noção do interesse nacional, mantendo-o persistente e alerta no que é próprio aos interesses do País, mas compatibilizando-o com os interesses da humanidade.
Estas formulações podem parecer abstra¬tas, embora se traduzam no dia-a-dia: no Brasil, ninguém discute sobre qual o melhor modo de nossa presença no mundo: será pelo velho caminho armamentista, nuclearizando--nos, ou nossas imensas vantagens comparativas em outras áreas, entre elas as do chamado soft power, podem primar? Por exemplo, nossa “plasticidade cultural mestiça”, a aceitação das diferenças raciais – sem que se neguem e combatam as desigualdades e preconceitos ainda existentes – não são um ganho em um mundo multipolar e multicultural? E a disponibilidade de uma matriz energética limpa, sem exageros de muitas usinas atômicas (sempre perigosas), bem como os avanços na tecnologia do etanol, não nos dão vantagens? Por que não discutir, a partir daí, o ritmo em que exploraremos o pré-sal e as obscuras razões para a “estatização do risco e divisão do lucro” entre a Petrobras e as multinacionais por meio do sistema de partilha? São questões que não exploramos devidamente, ou cujas decisões estão longe de ser claramente compatíveis com o interesse nacional de longo prazo.
Falta de estratégia
Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos. Que faremos neste novo mundo para competir com a China, com os Estados Unidos ou com quem mais seja? Como jogar com nossos recursos naturais (petróleo à frente) como fator de sucesso e poder sem sermos amanhã surpreendidos pelo predomínio de outras fontes de energia? E, acima de tudo, como transformar em políticas o anseio por uma “revolução educacional” que dê lugar à criatividade, à invenção e aos avanços das tecnologias do futuro?
A China, ao que parece, aprendeu as lições da última crise e está apostando na inovação, preparando-se para substituir as fontes tradicionais de energia, sobretudo o petróleo, de que não dispõe em quantidade suficiente para seu consumo crescente. E os próprios Estados Unidos, embora atônitos com os erros acumulados desde a gestão Bush, parecem capazes de continuar inovando, se conseguirem sair depressa da crise financeira que os engolfou.
De tudo isso o PT e seus governos falam, mas em ziguezague. As amarras a uma visão oposta, vinda de seu passado recente, os inibem para avançar mais. Não é hora das oposições serem mais afirmativas? E se por acaso, como insinuei no início deste artigo, houver divisões no próprio campo do petismo por causa da visão canhestra de muitos setores que apoiam o governo e de suas necessidades práticas o levarem a direções menos dogmáticas? Neste caso, embora seja cedo para especular, terá a oposição inteireza e capacidade política para aproveitar as circunstâncias e acelerar a desagregação do antigo e apostar no novo, no fortalecimento de uma sociedade mais madura e democrática?
Engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social. Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais. Em um mundo interconectado pelos modernos meios de comunicação o cidadão comum deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se de fato as diferenças econômicas e sociais estão diminuindo. Sem, entretanto, uma oposição que se oponha ao triunfalismo lulista, que coroa a alienação capitalista, desmistificando tudo o que seja mera justificativa publicitária do poder e chamando a atenção para os valores fundamentais da vida em uma sociedade democrática, só ocorrerão mudanças nas piores condições: quando a fagulha de alguma insatisfação produzir um curto-circuito. Mesmo este adiantará pouco se não houver à disposição uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais a população confie.
No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe apenas uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade. Reitero: se as oposições institucionais não forem capazes de se ligar mais diretamente aos movimentos da vida, que pelo menos os ouçam e não tenham a pretensão de imaginar que pelo jogo congressual isolado alcançarão resultados significativos. Os vários focos de insatisfação social, por sua vez, também podem se perder em demandas específicas a serem atendidas fragmentariamente pelo governo se não encontrarem canais institucionais que expressem sua vontade maior de transformação. As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?
• FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, sociólogo, foi presidente da República (1995–2003) e é presidente de honra do PSDB.
Por: FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal Opinião, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia. Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial. No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação.
Não obstante, não desanimávamos. Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário. Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois?
Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?
Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias. Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo. Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior. É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.
É preciso refazer caminhos
Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação. É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”. Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover.
Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “cam¬peões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos. Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional-desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto.
Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal. Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras. Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB. O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram. A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo. As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo!
Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo. As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso. Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder. Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade. Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.
Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico-administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico. Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial.
Como, por outra parte, existe – ou existiu até há pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade. Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares). Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoa¬vam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude.
Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?
Definir o público a ser alcançado
Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade. É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral. As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental. Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.
Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe C” ou de nova classe média. Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno. Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.
Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas. Além da persistência e ampliação destas práticas, é preciso buscar novas formas de atuação para que a oposição esteja presente, ou pelo menos para que entenda e repercuta o que ocorre na sociedade. Há inúmeras organizações de bairro, um sem-número de grupos musicais e culturais nas periferias das grandes cidades, etc., organizações voluntárias de solidariedade e de protesto, redes de consumidores, ativistas do meio ambiente, e por aí vai, que atuam por conta própria. Dado o anacronismo das instituições político-partidárias, seria talvez pedir muito aos partidos que mergulhem na vida cotidiana e tenham ligações orgânicas com grupos que expressam as dificuldades e anseios do homem comum. Mas que pelo menos ouçam suas vozes e atuem em consonância com elas.
Não deve existir uma separação radical entre o mundo da política e a vida cotidiana, nem muito menos entre valores e interesses práticos. No mundo interconectado de hoje, vê-se, por exemplo, o que ocorre com as revoluções no meio islâmico, movimentos protestatários irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional. Talvez as discussões sobre os meandros do poder não interessem ao povo no dia-a-dia tanto quanto os efeitos devastadores das enchentes ou o sufoco de um trânsito que não anda nas grandes cidades. Mas, de repente, se dá um “curto-circuito” e o que parecia não ser “política” se politiza. Não foi o que ocorreu nas eleições de 1974 ou na campanha das “diretas já”? Nestes momentos, o pragmatismo de quem luta para sobreviver no dia-a-dia lidando com questões “concretas” se empolga com crenças e valores. O discurso, noutros termos, não pode ser apenas o institucional, tem de ser o do cotidiano, mas não desligado de valores. Obviamente em nosso caso, o de uma democracia, não estou pensando em movimentos contra a ordem política global, mas em aspirações que a própria sociedade gera e que os partidos precisam estar preparados para que, se não os tiverem suscitado por sua desconexão, possam senti-los e encaminhá-los na direção política desejada.
Seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população. Na última campanha eleitoral, o momento de maior crescimento da candidatura Serra e de aproximação aos resultados obtidos pela candidata governista foi quando veio à tona o “episódio Erenice”. Mas é preciso ter coragem de dar o nome aos bois e vincular a “falha moral” a seus resultados práticos, negativos para a população. Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários. Não se trata de dar-nos por satisfeitos, à moda de demonstrar um teorema e escrever “cqd”, como queríamos demonstrar. Seres humanos não atuam por motivos meramente racionais. Sem a teatralização que leve à emoção, a crítica – moralista ou outra qualquer – cai no vazio. Sem Roberto Jefferson não teria havido mensalão como fato político.
Qual é a mensagem?
Por certo, os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer. Não basta criar um público, uma audiência e um estilo, o conteúdo da mensagem é fundamental. Qual é a mensagem? O maior equívoco das oposições, especialmente do PSDB, foi o de haver posto à margem as mensagens de modernização, de aggiornamento do País, e de clara defesa de uma sociedade democrática comprometida com causas universais, como os direitos humanos e a luta contra a opressão, mesmo quando esta vem mascarada de progressismo, apoiada em políticas de distribuição de rendas e de identificação das massas com o Chefe. Nas modernas sociedades democráticas, por outro lado, o Estado tanto mantém funções na regulação da economia como em sua indução, podendo chegar a exercer papel como investidor direto. Mas o que caracteriza o Estado em uma sociedade de massas madura é sua ação democratizadora. Os governos devem tornar claros, transparentes, e o quanto possível imunes à corrupção, os mecanismos econômicos que cria para apoiar o desenvolvimento da economia. Um Estado moderno será julgado por sua eficiência para ampliar o acesso à educação, à saúde e à previdência social, bem como pela qualidade da segurança que oferece às pessoas. Cabe às oposições serem a vanguarda nas lutas por estes objetivos.
Defender o papel crescente do Estado nas sociedades democráticas, inclusive em áreas produtivas, não é contraditório com a defesa da economia de mercado. Pelo contrário, é preciso que a oposição diga alto e bom som que os mecanismos de mercado, a competição, as regras jurídicas e a transparência das decisões são fundamentais para o Brasil se modernizar, crescer economicamente e se desenvolver como sociedade democrática. Uma sociedade democrática amadurecida estará sempre comprometida com a defesa dos direitos humanos, com a ecologia e com o combate à miséria e às doenças, no país e em toda a parte. E compreende que a ação isolada do Estado, sem a participação da sociedade, inclusive dos setores produtivos privados, é insuficiente para gerar o bem-estar da população e oferecer bases sólidas para um desenvolvimento econômico sustentado.
Ao invés de se aferrarem a esses valores e políticas que lhes eram próprios como ideologia e como prática, as oposições abriram espaço para que o lulopetismo ocupasse a cena da modernização econômica e social. Só que eles têm os pés de barro: a cada instante proclamam que as privatizações “do PSDB” foram contra a economia do País, embora comecem a fazer descaradamente concessões de serviços públicos nas estradas e nos aeroportos, como se não estivessem fazendo na prática o mea-culpa. Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do País: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante? Quão caro já estamos pagando pela ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas “antiprivatizantes” ou a partidos clientelistas, como se tornou o PCdoB, que além de vender benesses no ministério dos Esportes, embota a capacidade controladora da ANP, que deveria evitar que o monopólio voltasse por vias transversas e prejudicasse o futuro do País.
Oposição precisa vender o peixe
Dirão novamente os céticos que nada disso interessa diretamente ao povo. Ora, depende de como a oposição venda o peixe. Se tomarmos como alvo, por exemplo, o atraso nas obras necessárias para a realização da Copa e especializarmos três ou quatro parlamentares ou técnicos para martelar no dia-a-dia, nos discursos e na internet, o quanto não se avança nestas áreas por causa do burocratismo, do clientelismo, da corrupção ou simplesmente da viseira ideológica que impede a competição construtiva entre os setores privados e destes com os monopólios, e se mostrarmos à população como ela está sendo diretamente prejudicada pelo estilo petista de política, criticamos este estilo de governar, suscitamos o interesse popular e ao mesmo tempo oferecemos alternativas.
Na vida política tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo. Se gritarmos por todos os meios disponíveis que a dívida interna de R$ 1,69 trilhão (mostrando com exemplos ao que isto corresponde) é assustadora, que estamos pagando R$ 50 bilhões por ano para manter reservas elevadas em dólares, que pagamos a dívida (pequena) ao FMI sobre a qual incidiam juros moderados, trocando-a por dívidas em reais com juros enormes, se mostrarmos o quanto custa a cada contribuinte cada vez que o Tesouro transfere ao BNDES dinheiro que o governo não tem e por isso toma emprestado ao mercado pagando juros de 12% ao ano, para serem emprestados pelo BNDES a juros de 6% aos grandes empresários nacionais e estrangeiros, temos discurso para certas camadas da população. Este discurso deve desvendar, ao mesmo tempo, o porquê do governo assim proceder: está criando um bloco de poder capitalista-burocrático que sufoca as empresas médias e pequenas e concentra renda.
Este tipo de política mostra descaso pelos interesses dos assalariados, dos pequenos produtores e profissionais liberais de tipo antigo e novo, setores que, em conjunto, custeiam as benesses concedidas ao grande capital com impostos que lhe são extraídos pelo governo. O lulopetismo não está fortalecendo o capitalismo em uma sociedade democrática, mas sim o capitalismo monopolista e burocrático que fortalece privilégios e corporativismos.
Com argumentos muito mais fracos o petismo acusou o governo do PSDB quando, em fase de indispensável ajuste econômico, aumentou a dívida interna (ou, melhor, reconheceu os “esqueletos” compostos por dívidas passadas) e usou recursos da privatização – todos contabilizados – para reduzir seu crescimento. A dívida pública consolidada do governo lulista foi muito maior do que a herdada por este do governo passado e, no entanto, a opinião pública não tomou conhecimento do fato. As oposições não foram capazes de politizar a questão. E o que está acontecendo agora quando o governo discute substituir o fator previdenciário, recurso de que o governo do PSDB lançou mão para mitigar os efeitos da derrota sofrida para estabelecer uma idade mínima de aposentadoria? Propondo a troca do fator previdenciário pela definição de… uma idade mínima de aposentadoria.
Petistas camaleões
Se os governistas são camaleões (ou, melhor, os petistas, pois boa parte dos governistas nem isso são: votavam com o governo no passado e continuam a votar hoje, como votarão amanhã), em vez de saudá-los porque se aproximam da racionalidade ou de votarmos contra esta mesma racionalidade, negando nossas crenças de ontem, devemos manter a coerência e denunciar as falsidades ideológicas e o estilo de política de mistificação dos fatos, tantas vezes sustentado pelo petismo.
São inumeráveis os exemplos sobre como manter princípios e atuar como uma oposição coerente. Mesmo na questão dos impostos, quando o PSDB e o DEM junto com o PPS ajudaram a derrubar a CPMF, mostraram que, coerentes, dispensaram aquele imposto porque ele já não era mais necessário, como ficou demonstrado pelo contínuo aumento da receita depois de sua supressão. É preciso continuar a fazer oposição à continuidade do aumento de impostos para custear a máquina público-partidária e o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, nomeados discricionariamente, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais, para conter a fúria de apadrinhamento e de conchavos partidários à custa do povo.
Em suma: não há oposição sem “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”. É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias. O que o PSDB pensa sobre liberdade e pluralidade religiosa? Como manter a independência do Estado laico e, ao mesmo tempo, prestigiar e respeitar as religiões que formam redes de coesão social, essenciais para a vida em sociedade? O que pensa o partido sobre o combate às drogas? É preciso ser claro e sincero: todas as drogas causam danos, embora de alcance diferente. Adianta botar na cadeia os drogados?
Sinceridade comove a população
Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias. Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas? Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio.
Se a regra é ser sincero, por que temer ir fundo e avaliar o que nós próprios fizemos no passado, acreditando estar certos, e que continua sendo feito, mas que requer uma revisão? Tome-se o exemplo da reforma agrária e dos programas de incentivo à economia familiar. Fomos nós do PSDB que recriamos o Ministério da Reforma Agrária e, pela primeira vez, criamos um mecanismo de financiamento da agricultura familiar, o Pronaf. Nenhum governo fez mais em matéria de acesso à terra do que o do PSDB quando a pasta da Reforma era dirigida por um membro do PPS. Não terá chegado a hora de avaliar os resultados? O Pronaf não estará se transformando em mecanismo de perpétua renovação de dívidas, como os grandes agricultores faziam no passado com suas dívidas no Banco do Brasil? Qual é o balanço dos resultados da reforma agrária? E as acusações de “aparelhamento” da burocracia pelo PT e pelo MST são de fato verdadeiras? Sem que a oposição afirme precipitadamente que tudo isso vai mal – o que pode não ser correto – não pode temer buscar a verdade dos fatos, avaliar, julgar e criticar para corrigir.
Existe matéria em abundância para manter os princípios e para ir fundo nas críticas sem temer a acusação injusta de que se está defendendo “a elite”. Mas política não é tese universitária. É preciso estabelecer uma agenda. Geralmente esta é dada pelo governo. Ainda assim, usemo-la para concentrar esforços e dar foco, repetição e persistência à ação oposicionista. Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida). Se é assim, por que não recusar de plano a proposta da “lista fechada”, que reforça a burocracia partidária, não diminui o personalismo (ou alguém duvida que se pedirão votos para a lista “do Lula”?) e separa mais ainda o eleitor dos representantes?
Compromisso com o voto digital
Não é preciso afincar uma posição de intransigência: mantenhamos o compromisso com o voto distrital, façamos a pregação. Se não dispusermos de forças para que nossa tese ganhe, aceitemos apenas os melhoramentos óbvios no sistema atual: cláusula de desempenho (ou de barreira), proibição de coligações nas eleições proporcionais e regras de fidelidade partidária, ainda que para algumas destas medidas seja necessário mudança constitucional. Deixemos para outra oportunidade a discussão sobre financiamento público das campanhas, pois sem a distritalização o custo para o contribuinte será enorme e não se impedirá o financiamento em “caixa preta” nem o abuso do poder econômico. Mas denunciemos o quanto de antidemocrático existe no voto em listas fechadas. Em suma: não será esta uma boa agenda para a oposição firmar identidade, contrapor-se à tendência petista de tudo burocratizar e, ao mesmo tempo, não se encerrar em um puro negativismo aceitando modificações sensatas?
Por fim, retomando o que disse acima sobre o “triunfo do capitalismo”. O governo do PT e o próprio partido embarcaram, sem dizer, na adoração do bezerro de ouro. Mas, marcados pelos cacoetes do passado, não perceberam que o novo na fase contemporânea do capitalismo não é apenas a acumulação e o crescimento da economia. Os grandes temas que se estão desenhando são outros e têm a ver com o interesse coletivo: como expandir a economia sem destroçar o meio ambiente, como assegurar direitos aos destituídos deles, não só pela pobreza, mas pelas injustiças (desigualdades de gênero, de raça, de acesso à cultura)? Persistem preocupações antigas: como preservar a Paz em um mundo no qual há quem disponha da bomba nuclear?
A luta pela desnuclearização tem a ver com o sentido de um capitalismo cuja forma “selvagem” a sociedade democrática não aceita mais. Esta nova postura é óbvia no caso da ecologia, pois o natural egoísmo dos Estados, na formulação clássica, se choca com a tese primeira, a da perpetuação da vida humana. O terror atômico e o aquecimento global põem por terra visões fincadas no terreno do nacional-estatismo arcaico. Há um nacionalismo de novo tipo, democrático, aberto aos desafios do mundo e integrado nele, mas alerta aos interesses nacionais e populares. Convém redefinir, portanto, a noção do interesse nacional, mantendo-o persistente e alerta no que é próprio aos interesses do País, mas compatibilizando-o com os interesses da humanidade.
Estas formulações podem parecer abstra¬tas, embora se traduzam no dia-a-dia: no Brasil, ninguém discute sobre qual o melhor modo de nossa presença no mundo: será pelo velho caminho armamentista, nuclearizando--nos, ou nossas imensas vantagens comparativas em outras áreas, entre elas as do chamado soft power, podem primar? Por exemplo, nossa “plasticidade cultural mestiça”, a aceitação das diferenças raciais – sem que se neguem e combatam as desigualdades e preconceitos ainda existentes – não são um ganho em um mundo multipolar e multicultural? E a disponibilidade de uma matriz energética limpa, sem exageros de muitas usinas atômicas (sempre perigosas), bem como os avanços na tecnologia do etanol, não nos dão vantagens? Por que não discutir, a partir daí, o ritmo em que exploraremos o pré-sal e as obscuras razões para a “estatização do risco e divisão do lucro” entre a Petrobras e as multinacionais por meio do sistema de partilha? São questões que não exploramos devidamente, ou cujas decisões estão longe de ser claramente compatíveis com o interesse nacional de longo prazo.
Falta de estratégia
Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos. Que faremos neste novo mundo para competir com a China, com os Estados Unidos ou com quem mais seja? Como jogar com nossos recursos naturais (petróleo à frente) como fator de sucesso e poder sem sermos amanhã surpreendidos pelo predomínio de outras fontes de energia? E, acima de tudo, como transformar em políticas o anseio por uma “revolução educacional” que dê lugar à criatividade, à invenção e aos avanços das tecnologias do futuro?
A China, ao que parece, aprendeu as lições da última crise e está apostando na inovação, preparando-se para substituir as fontes tradicionais de energia, sobretudo o petróleo, de que não dispõe em quantidade suficiente para seu consumo crescente. E os próprios Estados Unidos, embora atônitos com os erros acumulados desde a gestão Bush, parecem capazes de continuar inovando, se conseguirem sair depressa da crise financeira que os engolfou.
De tudo isso o PT e seus governos falam, mas em ziguezague. As amarras a uma visão oposta, vinda de seu passado recente, os inibem para avançar mais. Não é hora das oposições serem mais afirmativas? E se por acaso, como insinuei no início deste artigo, houver divisões no próprio campo do petismo por causa da visão canhestra de muitos setores que apoiam o governo e de suas necessidades práticas o levarem a direções menos dogmáticas? Neste caso, embora seja cedo para especular, terá a oposição inteireza e capacidade política para aproveitar as circunstâncias e acelerar a desagregação do antigo e apostar no novo, no fortalecimento de uma sociedade mais madura e democrática?
Engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social. Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais. Em um mundo interconectado pelos modernos meios de comunicação o cidadão comum deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se de fato as diferenças econômicas e sociais estão diminuindo. Sem, entretanto, uma oposição que se oponha ao triunfalismo lulista, que coroa a alienação capitalista, desmistificando tudo o que seja mera justificativa publicitária do poder e chamando a atenção para os valores fundamentais da vida em uma sociedade democrática, só ocorrerão mudanças nas piores condições: quando a fagulha de alguma insatisfação produzir um curto-circuito. Mesmo este adiantará pouco se não houver à disposição uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais a população confie.
No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe apenas uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade. Reitero: se as oposições institucionais não forem capazes de se ligar mais diretamente aos movimentos da vida, que pelo menos os ouçam e não tenham a pretensão de imaginar que pelo jogo congressual isolado alcançarão resultados significativos. Os vários focos de insatisfação social, por sua vez, também podem se perder em demandas específicas a serem atendidas fragmentariamente pelo governo se não encontrarem canais institucionais que expressem sua vontade maior de transformação. As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?
• FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, sociólogo, foi presidente da República (1995–2003) e é presidente de honra do PSDB.
terça-feira, 8 de março de 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
MAGALHÃES TEIXEIRA: 15 ANOS DE SAUDADE
"Quem ama não morre", José Roberto Magalhães Teixeira - Há 15 anos, Campinas se despedia do seu maior líder, nosso saudoso Grama.
Por esse motivo, a esposa, filhos, parentes e amigos do querido José Roberto Magalhães Teixeira, convidam para a missa em sua memória, que será celebrada dia 1º de Março de 2011, às 19h30min na Igreja de Santa Rita de Cássia, Av. Dr. Jesuíno Marcondes Machado, 670, Nova Campinas, Campinas/SP.
A todos que comparecerem a família antecipadamente agradece.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
CACHIMBO DA PAZ (P)
Pelo que se têm notícias, tanto o vereador Artur Orsi quanto o secretário Jurandir Fernandes, assim como a deputada Célia Leão não são adeptos do fumo.
Pelo contrário, aprovam a lei anti-fumo. Mesmo porque, como toda a população é permanentemente alertada pelo Ministério da Saúde, fumar é prejudicial à saúde.
Pode causar câncer de pulmão e impotência.
(Publicado no Correio Popular de 22/02/2011)
Pelo contrário, aprovam a lei anti-fumo. Mesmo porque, como toda a população é permanentemente alertada pelo Ministério da Saúde, fumar é prejudicial à saúde.
Pode causar câncer de pulmão e impotência.
(Publicado no Correio Popular de 22/02/2011)
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
RENOVAR E FORTALECER
O resultado das últimas eleições majoritárias na cidade de Campinas – mais que evidenciou o papel protagonista – no cenário político Nacional e Estadual: deixou explícito o potencial do PSDB no cenário político Municipal.
Através de muito esforço conjunto e, apesar de uma mobilização ainda tímida para os registros históricos do que já foi o partido em Campinas, podemos afirmar que os nomes tucanos ao Senado, ao Governo de São Paulo e à Presidência da República, não apenas chegaram, mas também responderam ao sentimento majoritário do povo de Campinas.
Em que pese o poder de fogo e financeiro da situação, com ajuda escancarada do Governo Federal, o atual prefeito de Campinas não foi capaz de eleger sequer um nome de sua base política que contasse com o seu irrestrito apoio.
O PT, nosso tradicional adversário, também não elegeu deputados estaduais e federais da cidade de Campinas. O único eleito, pertence ao grupo político da ex-prefeita da capital, Marta Suplicy. Secretário municipal do prefeito, não foram de Campinas os votos que o elegeram para evidenciar o surgimento de uma nova liderança.
A nós tucanos, cabe analisar o quadro e tomar as decisões de hoje que terão reflexos e conseqüências no amanhã. É urgente e necessária a determinação de pensar Campinas e pensar os rumos que o PSDB deverá seguir com o claro objetivo de ocupar, com competência, o espaço político que jamais deveria ter deixado de ocupar na cidade.
Nosso pleito interno se avizinha. Será agora, em 2011, que vamos definir os rumos para articular e organizar as estratégias que serão colocadas em prática nas Eleições de 2012. Mais do que nunca, o momento é de discussão e organização.
Em várias conversas e encontros, tenho afirmado que ao PSDB somente terão duas possibilidades em 2012: ganhar ou perder a eleição. Óbvio!
No caso de vencermos a eleição municipal, e eu acredito que temos todas as condições para isso, deveremos eleger uma bancada forte, numerosa e qualitativa de vereadores no Poder Legislativo, comprometidos com o PSDB e a social-democracia, para ajudar o Prefeito a desenvolver um bom trabalho e atender as reais necessidades de que Campinas precisa, que são há muito tempo postergadas, fazendo inclusive boas parcerias com o governo estadual.
Por outro lado, no caso de perdermos a eleição municipal, deveremos eleger uma bancada mais forte ainda, numerosa e qualitativa de vereadores para exercer uma oposição responsável e fiel ao sentimento do povo de Campinas.
Infelizmente, o que acompanhamos nos últimos anos, em termos de organização interna, talvez não tenha sido tão óbvio sobremaneira.
Parece simples e é. Caberá a nós, que vivemos, pensamos e acreditamos em um PSDB independente, vivo, ativo e propositivo fazermos a diferença. Com coragem, cumprir ao longo desses últimos dois anos de gestão municipal, com vigor, o papel de oposição fiscalizadora e crítica que a cidade nos incumbiu. E ao mesmo tempo, discutir as propostas da social-democracia que serão apresentadas ao povo de Campinas nas próximas eleições por todos os nossos candidatos.
Estabelecer critérios, realizar prévias, desenvolver e inovar nas propostas a serem apresentadas à cidade, aproximação dos movimentos sociais, sindicatos, associações de bairros, enfim, são algumas das medidas que deverão ser tomadas na próxima gestão dos Diretórios Zonais, Municipal e da Executiva.
Muito mais que a pura e simples discussão de nomes, o momento é de trabalho burocrático e intenso. Os critérios deverão ser respeitados e o PSDB deverá ser ouvido. Aliás, deverá ter a condução total do processo. O PSDB não deve ser menor que qualquer nome.
É preciso recuperar o tempo perdido: corrigir os erros e aperfeiçoar os acertos. Vamos juntos mostrar que a hora é agora! Sem medo de ser feliz e acreditar na vitória pelo bem do PSDB e pelo bem de Campinas.
João Henrique Poppi
Através de muito esforço conjunto e, apesar de uma mobilização ainda tímida para os registros históricos do que já foi o partido em Campinas, podemos afirmar que os nomes tucanos ao Senado, ao Governo de São Paulo e à Presidência da República, não apenas chegaram, mas também responderam ao sentimento majoritário do povo de Campinas.
Em que pese o poder de fogo e financeiro da situação, com ajuda escancarada do Governo Federal, o atual prefeito de Campinas não foi capaz de eleger sequer um nome de sua base política que contasse com o seu irrestrito apoio.
O PT, nosso tradicional adversário, também não elegeu deputados estaduais e federais da cidade de Campinas. O único eleito, pertence ao grupo político da ex-prefeita da capital, Marta Suplicy. Secretário municipal do prefeito, não foram de Campinas os votos que o elegeram para evidenciar o surgimento de uma nova liderança.
A nós tucanos, cabe analisar o quadro e tomar as decisões de hoje que terão reflexos e conseqüências no amanhã. É urgente e necessária a determinação de pensar Campinas e pensar os rumos que o PSDB deverá seguir com o claro objetivo de ocupar, com competência, o espaço político que jamais deveria ter deixado de ocupar na cidade.
Nosso pleito interno se avizinha. Será agora, em 2011, que vamos definir os rumos para articular e organizar as estratégias que serão colocadas em prática nas Eleições de 2012. Mais do que nunca, o momento é de discussão e organização.
Em várias conversas e encontros, tenho afirmado que ao PSDB somente terão duas possibilidades em 2012: ganhar ou perder a eleição. Óbvio!
No caso de vencermos a eleição municipal, e eu acredito que temos todas as condições para isso, deveremos eleger uma bancada forte, numerosa e qualitativa de vereadores no Poder Legislativo, comprometidos com o PSDB e a social-democracia, para ajudar o Prefeito a desenvolver um bom trabalho e atender as reais necessidades de que Campinas precisa, que são há muito tempo postergadas, fazendo inclusive boas parcerias com o governo estadual.
Por outro lado, no caso de perdermos a eleição municipal, deveremos eleger uma bancada mais forte ainda, numerosa e qualitativa de vereadores para exercer uma oposição responsável e fiel ao sentimento do povo de Campinas.
Infelizmente, o que acompanhamos nos últimos anos, em termos de organização interna, talvez não tenha sido tão óbvio sobremaneira.
Parece simples e é. Caberá a nós, que vivemos, pensamos e acreditamos em um PSDB independente, vivo, ativo e propositivo fazermos a diferença. Com coragem, cumprir ao longo desses últimos dois anos de gestão municipal, com vigor, o papel de oposição fiscalizadora e crítica que a cidade nos incumbiu. E ao mesmo tempo, discutir as propostas da social-democracia que serão apresentadas ao povo de Campinas nas próximas eleições por todos os nossos candidatos.
Estabelecer critérios, realizar prévias, desenvolver e inovar nas propostas a serem apresentadas à cidade, aproximação dos movimentos sociais, sindicatos, associações de bairros, enfim, são algumas das medidas que deverão ser tomadas na próxima gestão dos Diretórios Zonais, Municipal e da Executiva.
Muito mais que a pura e simples discussão de nomes, o momento é de trabalho burocrático e intenso. Os critérios deverão ser respeitados e o PSDB deverá ser ouvido. Aliás, deverá ter a condução total do processo. O PSDB não deve ser menor que qualquer nome.
É preciso recuperar o tempo perdido: corrigir os erros e aperfeiçoar os acertos. Vamos juntos mostrar que a hora é agora! Sem medo de ser feliz e acreditar na vitória pelo bem do PSDB e pelo bem de Campinas.
João Henrique Poppi
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
TRANSPORTE (P)
O prefeito Dr. Hélio postou no seu twitter: “Com PT continuaremos programas de excelência, sob comando da equipe Bittencourt no transporte”...
Só uma perguntinha: a gestão de Bittencourt à frente da EMDEC é referência do quê? Assim como foi na CET em São Paulo?
Apenas para ilustrar o último reajuste. Campinas tem uma das mais altas tarifas de transporte público, sem uma qualidade e eficiência que justifique esse valor abusivo. Isso sem citar a dívida milionária nas finanças da EMDEC, os corredores, as estações de transferência mal planejadas, o caótico trânsito que piora a cada dia no município...
Enfim, os “programas de excelência” comandados por Bittencourt no Transporte em Campinas não passam de pura piada. E de muito mau gosto.
Um choque de realidade faria bem ao prefeito.
(Publicado no Correio Popular de 05/02/2011 e no TodoDia de 06/02/2011)
Só uma perguntinha: a gestão de Bittencourt à frente da EMDEC é referência do quê? Assim como foi na CET em São Paulo?
Apenas para ilustrar o último reajuste. Campinas tem uma das mais altas tarifas de transporte público, sem uma qualidade e eficiência que justifique esse valor abusivo. Isso sem citar a dívida milionária nas finanças da EMDEC, os corredores, as estações de transferência mal planejadas, o caótico trânsito que piora a cada dia no município...
Enfim, os “programas de excelência” comandados por Bittencourt no Transporte em Campinas não passam de pura piada. E de muito mau gosto.
Um choque de realidade faria bem ao prefeito.
(Publicado no Correio Popular de 05/02/2011 e no TodoDia de 06/02/2011)
domingo, 6 de fevereiro de 2011
ARTIGO FHC: TEMPO DE MUDA
Tempo de muda
Novo ano, nova presidente, novo Congresso atuando no Brasil de sempre, com seus êxitos, suas lacunas e suas aspirações. Tempo de muda, palavra que no dicionário se refere à troca de animais cansados por outros mais bem dispostos, ou de plantas que dos vasos em viveiro vão florescer em terra firme. A presidente tem um estilo diferente do antecessor, não necessariamente porque tenha o propósito de contrastar, mas porque seu jeito é outro. Mais discreta, com menos loquacidade retórica. Mais afeita aos números, parece ter percebido, mesmo sem proclamar, que recebeu uma herança braba de seu patrono e de si mesma. Nem bem assume e seus porta-vozes econômicos já têm que apelar às mágicas antigas (quanto foi mal falado o doutor Delfim, que nadava de braçada nos arabescos contábeis para esconder o que todos sabiam!) porque a situação fiscal se agravou. Até os mercados, que só descobrem estas coisas quando está tudo por um fio, perceberam. Mesmo os velhos bobos ortodoxos do FMI, no linguajar descontraído do ministro da Fazenda, viram que algo anda mal.
Seja no reconhecimento maldisfarçado da necessidade de um ajuste fiscal, seja no alerta quanto ao cheiro de fumaça na compra a toque de caixa dos jatos franceses, seja nas tiradas sobre os até pouco tempo esquecidos “direitos humanos”, há sinais de mudança. Os pelegos aliados do governo que enfiem a viola no saco, pois os déficits deverão falar mais alto do que as benesses que solidarizaram as centrais sindicais com o governo Lula.
Aos novos sinais, se contrapõem os amores antigos: Belo Monte há de vir à luz com cesariana, esquecendo as preocupações com o meio ambiente e com o cumprimento dos requisitos legais; as alianças com os partidos da “governabilidade” continuarão a custar caro no Congresso e nos ministérios, sem falar no “segundo escalão”, cujas joias mais vistosas, como Furnas (está longe de ser a única), já são objeto de ameaças de rapto e retaliação. Diante de tudo isso, como fica a oposição?
Digamos que ela quer ser “elevada”, sem sujar as mãos (ou a língua) nas nódoas do cotidiano nem confundir crítica ao que está errado com oposição ao país (preocupação que os petistas nunca tiveram quando na oposição). Ainda assim, há muito a fazer para corresponder à fase de “muda”. A começar pela crítica à falta de estratégia para o país: que faremos para lidar com a China (reconhecendo seu papel e o muito de valioso que podemos aprender com ela)? Não basta jogar a culpa da baixa competitividade nas altas taxas de juro. Olhando para o futuro, teremos de escolher em que produtos poderemos competir com China, Índia, asiáticos em geral, Estados Unidos, etc. Provavelmente serão os de alta tecnologia, sem esquecer que os agrícolas e minerais também requerem tal tipo de conhecimento. Preparamo-nos para a era da inovação? Reorientamos nosso sistema escolar nesta direção? Como investir em novas e nas antigas áreas produtivas sem poupança interna? No governo anterior, os interesses do Brasil pareciam submergir nos limites do antigo “Terceiro Mundo”, guiados pela retórica do Sul-Sul, esquecidos de que a China é Norte e nós, mais ou menos. Definimos os Estados Unidos como “o outro lado” e percebemos agora que suas diferenças com a China são menores do que imaginávamos. Que faremos para evitar o isolamento e assegurar o interesse nacional sem guiar-nos por ideologias arcaicas?
Há outros objetivos estratégicos. Por exemplo, no caso da energia: aproveitaremos de fato as vantagens do etanol, criaremos uma indústria alcoolquímica, usaremos a energia eólica mais intensamente? Ou, noutro plano, por que tanta pressa para capitalizar a Petrobras e endividar o Tesouro com o pré-sal em momento de agrura fiscal? As jazidas do pré-sal são importantes, mas deveríamos ter uma estratégia mais clara sobre como e quando aproveitá-las. O regime de partilha é mesmo mais vantajoso? Nada disso está definido com clareza.
O governo anterior sonegava à população o debate sobre seu futuro. O caminho a ser seguido era definido em surdina nos gabinetes governamentais e nas grandes empresas. Depois se servia ao país o prato feito na marcha batida dos projetos-impacto tipo trem-bala, PACs diversos, usinas hidrelétricas de custo indefinido e serventia pouco demonstrada. Como nos governos autoritários do passado. Está na hora de a oposição berrar e pedir a democratização das decisões, submetendo-as ao debate público.
Não basta isso, entretanto, para a oposição atuar de modo efetivo. Há que mexer no desagradável. Não dá para calar diante da Caixa Econômica ter se associado a um banco já falido que agora é salvo sem transparência pelos mecanismos do Proer e assemelhados. E não foi só lá que o dinheiro do contribuinte escapou pelos ralos para subsidiar grandes empresas nacionais e estrangeiras, via BNDES. Não será tempo de esquadrinhar a fundo a compra dos aviões? E o montante da dívida interna, que ultrapassa um trilhão e seiscentos bilhões de reais, não empana o feito da redução da dívida externa? E dá para esquecer dos cartões corporativos usados pelo Alvorada que foram tornados “de interesse da segurança nacional” até o final do governo Lula para esconder o montante dos gastos? Não cobraremos agora a transparência? E o ritmo lento das obras de infraestrutura, prejudicadas pelo preconceito ideológico contra a associação do público com o privado, contra a privatização necessária em casos específicos, passará como se fosse contingência natural? Ou as responsabilidades pelos atrasos nas obras viárias, de aeroportos e de usinas serão cobradas? Por que não começar com as da Copa, libertas de licitação e mesmo assim dormindo em berço esplêndido?
Há, sim, muita coisa para dizer nesta hora de “muda”. Ou a oposição fala e fala forte, sem se perder em questiúnculas internas, ou tudo continuará na toada de tomar a propaganda por realização. Mesmo porque, por mais que haja nuances, o governo é um só Lula-Dilma, governo do PT ao qual se subordinam ávidos aliados.
Fernando Henrique Cardoso, ex-Presidente da República
Novo ano, nova presidente, novo Congresso atuando no Brasil de sempre, com seus êxitos, suas lacunas e suas aspirações. Tempo de muda, palavra que no dicionário se refere à troca de animais cansados por outros mais bem dispostos, ou de plantas que dos vasos em viveiro vão florescer em terra firme. A presidente tem um estilo diferente do antecessor, não necessariamente porque tenha o propósito de contrastar, mas porque seu jeito é outro. Mais discreta, com menos loquacidade retórica. Mais afeita aos números, parece ter percebido, mesmo sem proclamar, que recebeu uma herança braba de seu patrono e de si mesma. Nem bem assume e seus porta-vozes econômicos já têm que apelar às mágicas antigas (quanto foi mal falado o doutor Delfim, que nadava de braçada nos arabescos contábeis para esconder o que todos sabiam!) porque a situação fiscal se agravou. Até os mercados, que só descobrem estas coisas quando está tudo por um fio, perceberam. Mesmo os velhos bobos ortodoxos do FMI, no linguajar descontraído do ministro da Fazenda, viram que algo anda mal.
Seja no reconhecimento maldisfarçado da necessidade de um ajuste fiscal, seja no alerta quanto ao cheiro de fumaça na compra a toque de caixa dos jatos franceses, seja nas tiradas sobre os até pouco tempo esquecidos “direitos humanos”, há sinais de mudança. Os pelegos aliados do governo que enfiem a viola no saco, pois os déficits deverão falar mais alto do que as benesses que solidarizaram as centrais sindicais com o governo Lula.
Aos novos sinais, se contrapõem os amores antigos: Belo Monte há de vir à luz com cesariana, esquecendo as preocupações com o meio ambiente e com o cumprimento dos requisitos legais; as alianças com os partidos da “governabilidade” continuarão a custar caro no Congresso e nos ministérios, sem falar no “segundo escalão”, cujas joias mais vistosas, como Furnas (está longe de ser a única), já são objeto de ameaças de rapto e retaliação. Diante de tudo isso, como fica a oposição?
Digamos que ela quer ser “elevada”, sem sujar as mãos (ou a língua) nas nódoas do cotidiano nem confundir crítica ao que está errado com oposição ao país (preocupação que os petistas nunca tiveram quando na oposição). Ainda assim, há muito a fazer para corresponder à fase de “muda”. A começar pela crítica à falta de estratégia para o país: que faremos para lidar com a China (reconhecendo seu papel e o muito de valioso que podemos aprender com ela)? Não basta jogar a culpa da baixa competitividade nas altas taxas de juro. Olhando para o futuro, teremos de escolher em que produtos poderemos competir com China, Índia, asiáticos em geral, Estados Unidos, etc. Provavelmente serão os de alta tecnologia, sem esquecer que os agrícolas e minerais também requerem tal tipo de conhecimento. Preparamo-nos para a era da inovação? Reorientamos nosso sistema escolar nesta direção? Como investir em novas e nas antigas áreas produtivas sem poupança interna? No governo anterior, os interesses do Brasil pareciam submergir nos limites do antigo “Terceiro Mundo”, guiados pela retórica do Sul-Sul, esquecidos de que a China é Norte e nós, mais ou menos. Definimos os Estados Unidos como “o outro lado” e percebemos agora que suas diferenças com a China são menores do que imaginávamos. Que faremos para evitar o isolamento e assegurar o interesse nacional sem guiar-nos por ideologias arcaicas?
Há outros objetivos estratégicos. Por exemplo, no caso da energia: aproveitaremos de fato as vantagens do etanol, criaremos uma indústria alcoolquímica, usaremos a energia eólica mais intensamente? Ou, noutro plano, por que tanta pressa para capitalizar a Petrobras e endividar o Tesouro com o pré-sal em momento de agrura fiscal? As jazidas do pré-sal são importantes, mas deveríamos ter uma estratégia mais clara sobre como e quando aproveitá-las. O regime de partilha é mesmo mais vantajoso? Nada disso está definido com clareza.
O governo anterior sonegava à população o debate sobre seu futuro. O caminho a ser seguido era definido em surdina nos gabinetes governamentais e nas grandes empresas. Depois se servia ao país o prato feito na marcha batida dos projetos-impacto tipo trem-bala, PACs diversos, usinas hidrelétricas de custo indefinido e serventia pouco demonstrada. Como nos governos autoritários do passado. Está na hora de a oposição berrar e pedir a democratização das decisões, submetendo-as ao debate público.
Não basta isso, entretanto, para a oposição atuar de modo efetivo. Há que mexer no desagradável. Não dá para calar diante da Caixa Econômica ter se associado a um banco já falido que agora é salvo sem transparência pelos mecanismos do Proer e assemelhados. E não foi só lá que o dinheiro do contribuinte escapou pelos ralos para subsidiar grandes empresas nacionais e estrangeiras, via BNDES. Não será tempo de esquadrinhar a fundo a compra dos aviões? E o montante da dívida interna, que ultrapassa um trilhão e seiscentos bilhões de reais, não empana o feito da redução da dívida externa? E dá para esquecer dos cartões corporativos usados pelo Alvorada que foram tornados “de interesse da segurança nacional” até o final do governo Lula para esconder o montante dos gastos? Não cobraremos agora a transparência? E o ritmo lento das obras de infraestrutura, prejudicadas pelo preconceito ideológico contra a associação do público com o privado, contra a privatização necessária em casos específicos, passará como se fosse contingência natural? Ou as responsabilidades pelos atrasos nas obras viárias, de aeroportos e de usinas serão cobradas? Por que não começar com as da Copa, libertas de licitação e mesmo assim dormindo em berço esplêndido?
Há, sim, muita coisa para dizer nesta hora de “muda”. Ou a oposição fala e fala forte, sem se perder em questiúnculas internas, ou tudo continuará na toada de tomar a propaganda por realização. Mesmo porque, por mais que haja nuances, o governo é um só Lula-Dilma, governo do PT ao qual se subordinam ávidos aliados.
Fernando Henrique Cardoso, ex-Presidente da República
sábado, 8 de janeiro de 2011
DECISÃO ACERTADA
A decisão da Presidente Dilma de privatizar os aeroportos, transferindo à iniciativa privada um dos maiores gargalos de infra-estrutura do País, deixa claro o seu compromisso com o futuro do Brasil.
Recebi com satisfação essa notícia que, apenas comprova o discurso vazio, mesquinho, oportunista e eleitoreiro de Lula e do PT, despreocupados com qualquer responsabilidade desde que seus objetivos eleitorais, do poder pelo poder sejam atingidos.
FHC e o PSDB acertaram nas telecomunicações.
Que Dilma tenha sucesso nos aeroportos e consiga ser maior que o PT e Lula juntos.
Recebi com satisfação essa notícia que, apenas comprova o discurso vazio, mesquinho, oportunista e eleitoreiro de Lula e do PT, despreocupados com qualquer responsabilidade desde que seus objetivos eleitorais, do poder pelo poder sejam atingidos.
FHC e o PSDB acertaram nas telecomunicações.
Que Dilma tenha sucesso nos aeroportos e consiga ser maior que o PT e Lula juntos.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
JÁ VAI TARDE
Enfim, o governo Lula chega ao fim.
E Lula já vai tarde, graças a Deus!
Dar refúgio à assassino, afagar Hugo Chávez e proteger o Irã são outros poucos exemplos da irresponsabilidade do ex-presidente.
Vamos torcer para que Dilma seja feliz, tenha sucesso e consiga apagar as manchas que ficarão gravadas na história do Brasil.
Sem dúvida, o tempo mostrará o quanto nefasto foi o governo Lula.
Aplaudir e aprovar o governo mais corrupto como nunca antes vimos na história deste País, repleto de desvios, fraudes, mensalões, assistencialismo e demagogia é muita irresponsabilidade.
E uma vergonha também.
E Lula já vai tarde, graças a Deus!
Dar refúgio à assassino, afagar Hugo Chávez e proteger o Irã são outros poucos exemplos da irresponsabilidade do ex-presidente.
Vamos torcer para que Dilma seja feliz, tenha sucesso e consiga apagar as manchas que ficarão gravadas na história do Brasil.
Sem dúvida, o tempo mostrará o quanto nefasto foi o governo Lula.
Aplaudir e aprovar o governo mais corrupto como nunca antes vimos na história deste País, repleto de desvios, fraudes, mensalões, assistencialismo e demagogia é muita irresponsabilidade.
E uma vergonha também.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
DILMA, O PT, O DISCURSO E AS PRIVATIZAÇÕES
Dilma vai privatizar novos terminais de aeroportos
A presidente Dilma Rousseff decidiu entregar à iniciativa privada a construção e a operação dos novos terminais dos aeroportos paulistas de Guarulhos e de Viracopos, dois dos principais do país.
A medida faz parte de pacote que será baixado por meio de medida provisória --talvez ainda neste mês.
O texto inclui também a abertura do capital da Infraero (estatal responsável pela administração do setor aeroportuário) e a criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar da aviação civil --como a Folha antecipou em 2010.
A equipe de Dilma já conversou com empresas como a TAM e Gol, que manifestaram interesse na construção e operação de novos terminais. O prazo da concessão deve ser de 20 anos.
O objetivo oficial do pacote é desafogar aeroportos que serão vitais para a Copa do Mundo de 2014. Assessores da presidente disseram à Folha que ela deu prazo de 15 dias para finalizar o texto.
Segundo a Infraero, o governo federal precisa investir R$ 5,5 bilhões nos aeroportos ligados às 12 sedes da Copa. A avaliação dentro do governo é que a estatal não terá condições técnicas para, sozinha, bancar esses projetos.
Durante o governo Lula, o ministro Nelson Jobim (Defesa) chegou a defender que a administração de todos os aeroportos fossem concedidas à iniciativa privada.
A ideia foi rejeitada por Lula e pela então ministra Dilma (Casa Civil). Ambos temiam o rótulo de privatizantes --o mesmo rótulo que o PT procurava impingir ao principal adversário na eleição, José Serra (PSDB).
Na Casa Civil, Dilma sempre dizia preferir abrir o capital da Infraero, para que esta pudesse captar recursos e aumentar a capacidade de investimentos.
No aeroporto de Guarulhos, o maior do país e principal centro de chegada de voos internacionais, o projeto da Infraero prevê R$ 1,2 bilhão de investimentos. A obra mais cara é a construção do terceiro terminal, orçada em R$ 700 milhões.
Em Viracopos (Campinas), os investimentos previstos são de R$ 742 milhões. O novo terminal deve consumir R$ 690 milhões.
Fonte: Folha.com
A presidente Dilma Rousseff decidiu entregar à iniciativa privada a construção e a operação dos novos terminais dos aeroportos paulistas de Guarulhos e de Viracopos, dois dos principais do país.
A medida faz parte de pacote que será baixado por meio de medida provisória --talvez ainda neste mês.
O texto inclui também a abertura do capital da Infraero (estatal responsável pela administração do setor aeroportuário) e a criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar da aviação civil --como a Folha antecipou em 2010.
A equipe de Dilma já conversou com empresas como a TAM e Gol, que manifestaram interesse na construção e operação de novos terminais. O prazo da concessão deve ser de 20 anos.
O objetivo oficial do pacote é desafogar aeroportos que serão vitais para a Copa do Mundo de 2014. Assessores da presidente disseram à Folha que ela deu prazo de 15 dias para finalizar o texto.
Segundo a Infraero, o governo federal precisa investir R$ 5,5 bilhões nos aeroportos ligados às 12 sedes da Copa. A avaliação dentro do governo é que a estatal não terá condições técnicas para, sozinha, bancar esses projetos.
Durante o governo Lula, o ministro Nelson Jobim (Defesa) chegou a defender que a administração de todos os aeroportos fossem concedidas à iniciativa privada.
A ideia foi rejeitada por Lula e pela então ministra Dilma (Casa Civil). Ambos temiam o rótulo de privatizantes --o mesmo rótulo que o PT procurava impingir ao principal adversário na eleição, José Serra (PSDB).
Na Casa Civil, Dilma sempre dizia preferir abrir o capital da Infraero, para que esta pudesse captar recursos e aumentar a capacidade de investimentos.
No aeroporto de Guarulhos, o maior do país e principal centro de chegada de voos internacionais, o projeto da Infraero prevê R$ 1,2 bilhão de investimentos. A obra mais cara é a construção do terceiro terminal, orçada em R$ 700 milhões.
Em Viracopos (Campinas), os investimentos previstos são de R$ 742 milhões. O novo terminal deve consumir R$ 690 milhões.
Fonte: Folha.com
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