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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A CÂMARA E O CONTINUÍSMO DAS REELEIÇÕES

Terça-feira, 20 de dezembro de 2011. A Câmara Municipal de Campinas novamente entra na pauta do dia e todos os holofotes voltam seu foco para o Poder Legislativo. Começa hoje a sessão histórica que definirá os rumos da cidade de Campinas com o início da leitura do relatório da Comissão Processante que poderá cassar o mandato do Prefeito Demétrio Vilagra (PT). E qualquer outra decisão contra a cassação será o fim de qualquer resquício de moralidade que ainda possa pairar sobre os representantes do povo. Vamos acompanhar... Mas o que quero destacar hoje mesmo é a excelente matéria da jornalista Milene Moreto publicada no último domingo (18) no jornal Correio Popular sobre o cenário viciado no Poder Legislativo. Brilhante e precisa a entrevista com o cientista político da Puc-Campinas, Pedro Rocha Lemos. Não sou contra a reeleição. Entretanto, sou ferrenho defensor de uma reforma política em que os mandatos no Poder Legislativo, seja ele, municipal, estadual ou federal seja limitado, por exemplo, a uma reeleição consecutiva como manda a Constituição para o Poder Executivo. Sem dúvida, as sucessivas reeleições são as responsáveis diretas pela criação da "profissão político" e a conseqüente falta de renovação. O continuísmo é prejudicial para uma maior e melhor representação popular. Um parlamentar que há 12, 16, 20 anos ou mais exerce mandatos consecutivos, perde o contato com o mundo real, desde freqüentar uma fila de banco, uma padaria para saber quanto custa o preço do pãozinho até circular pelas vias e conhecer as dificuldades dos congestionamentos. São exemplos concretos e muito simples, que servem de reflexão. Como um político pode representar bem e trabalhar para melhorar a vida das pessoas quando ele próprio desconhece a realidade? Acredito que a oxigenação e o "retorno" para o mundo real após dois mandatos consecutivos, sem dúvida poderá trazer contribuições relevantes para uma melhor representação. Tanto para o povo, quanto para os Poderes Legislativos. Recomendo a leitura da entrevista completa e termino com uma frase relevante do professor: "A falta de oxigenação tem relação direta com uma espécie de corresponsabilidade de eleitores que mantêm esses vereadores. A população elege e depois se distancia do político. Na hora do voto, preferem escolher nomes conhecidos, como se fossem marcas registradas da política". O ano de 2012 está aí e com ele uma nova oportunidade de mudar essa triste realidade se aproxima com as eleições municipais. Pense nisso, ouse e renove!

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