Há um bom tempo venho alertando e escrevendo sobre os riscos desse aventureiro e duvidoso projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Campinas (SP) e o Rio de Janeiro (RJ).
Ontem foram os empresários e os consórcios responsáveis que questionaram a irresponsabilidade do Governo Federal em acelerar a licitação sem esclarecer as dúvidas e corrigir os graves problemas, inclusive sobre a viabilidade econômica e financeira.
Agora é a vez do Ministério Público...
É muito bom saber que existem pessoas e instituições responsáveis e compromissadas em proteger o dinheiro e o patrimônio público da aventura irresponsável de governos populistas.
(Publicado no Correio Popular de 02/12/2010 e no TodoDia de 03/12/2010)
Abaixo, segue na íntegra a matéria da Folha.com publicada no UOL:
Ministério Público pede suspensão da licitação do trem-bala por falhas técnicas
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal no Distrito Federal recomendou hoje à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que suspenda a licitação para concessão de exploração do trem-bala, no trecho Rio de Janeiro-Campinas (SP).
O motivo seriam falhas no estudo técnico da obra e no próprio edital de concessão que podem causar, em pouco tempo, graves prejuízos aos cofres públicos. A agência tem até segunda-feira para informar o MPF sobre as providências adotadas.
Um dos problemas apontados pelo Ministério Público é a imprecisão da estimativa de custos da implantação do trem de alta velocidade. Para a procuradora da República Raquel Branquinho, a inexistência de projetos de engenharia detalhados, com um cenário realístico da quantidade de serviços de terraplanagem, estruturas portantes e área atingida, por exemplo, impede uma avaliação confiável do impacto sócio, econômico e ambiental causado pela obra.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou que está analisando dois pedidos de impugnação do leilão do trem-bala, marcado para a segunda-feira. Ontem, o presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, disse que não houve mudanças no edital que justificassem o alongamento do prazo.
Interessados no projeto pressionam o governo para conseguiro adiamento da data. Consórcios formados por empresas internacionais que detêm a tecnologia para a construção do trem alegam dificuldade em encontrar parceiros brasileiros e questionam a viabilidade do projeto.
Os franceses anunciaram há dois dias a desistência de participar do leilão. Outros investidores estrangeiros também ameaçam abandonar a proposta. Até agora, só o grupo sul-coreano, formado pela estatal operadora Korail e pela fabricante Rotem/Hyundai e que teria mais 20 empresas nacionais e estrangeiras, confirma que fará proposta.
Fonte: Folha.com
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